Um feliz e inesperado encontro: após Defensoria buscar certidão de nascimento de morador de Santos, irmãos se conhecem depois de décadas
“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”
Nem passava pela cabeça de Carlos que, ao procurar a Defensoria Pública em busca de auxílio para localizar sua certidão de nascimento, conseguiria encontrar não apenas o documento, mas também um parente cuja existência desconhecia completamente.
Com o RG velho e gasto demais para comprovar seus dados, restava ao pintor de 48 anos usar o registro de nascimento para solicitar um novo documento de identidade e renovar a carteira de habilitação. Só tinha um problema: Carlos não sabia onde havia sido registrado.
Em 2015, ele pegou o RG antigo e foi à unidade da Defensoria em Santos. Lá, contou que antes de se mudar para a cidade, aos 18 anos, tinha morado no Rio Grande do Norte. As responsáveis pelo atendimento, Defensora Lisa Mortensen e Servidora Maria Hilda Damasceno, deram então início a uma saga de envios de ofícios aos cartórios potiguares. Mas as respostas foram unânimes: não havia em seus arquivos qualquer menção a alguém com o nome de Carlos.
Ao saber do resultado da pesquisa, ele contou que seus pais eram do Rio de Janeiro e que ele tinha sido levado aos 2 anos de idade para o Rio Grande do Norte, onde morou com os avós. O mesmo procedimento anterior foi adotado pela Defensoria: mensagens enviadas aos cartórios cariocas e, em especial, aos da região de São Cristóvão, que pelas lembranças de Carlos tinha grandes chances de ser o paradeiro da certidão.
Como um dos cartórios não respondeu às mensagens, a Servidora Hilda decidiu telefonar para lá. Ficou sabendo então que havia uma certidão de pessoa com os mesmos sobrenomes, mas de nome “Cláudio”. Com a pulga atrás da orelha, Hilda ligou para Carlos e perguntou “você tem certeza de que se chama Carlos?”. Ele disse que sim, e que não tinha irmãos.
O próximo passo foi um pedido de ajuda enviado por Lisa e Hilda à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O contato deu certo e, finalmente, comprovou-se que Carlos era carioca e que sua certidão estava abrigada, de fato, num cartório de São Cristóvão.
Quando a certidão chegou às suas mãos, foi enorme a felicidade de Carlos, conta Hilda – afinal, a falta de documentos causa vários transtornos. Seu problema estava resolvido, mas não saía da cabeça dele a ideia de que havia em São Cristóvão um homem com nome tão parecido, de mesmos sobrenomes, e pouco mais jovem.
Decidiu então viajar até lá e tentar localizar o quase homônimo. Por cerca de três meses, um carro de som contratado por Carlos esquadrinhou as ruas da região anunciando o nome do irmão – e o homem acabou aparecendo. Marcaram um encontro no Rio, trocaram informações, e Carlos teve a certeza de que eram mesmo irmãos.
Ficou sabendo que os pais já tinham falecido. Contou ao irmão, que não conheceu os avós, que tinham herdado umas terrinhas no Rio Grande do Norte. Agora os dois mantêm contato – Cláudio foi para o RN por uns tempos a convite do irmão para cuidar dos terrenos.
Há cerca de duas semanas, Carlos procurou a Defensoria novamente para contar a ”coisa maravilhosa” que havia acontecido, pela qual ele passaria a vida agradecendo. Chegara à Defensoria para conseguir encontrar uma certidão de nascimento, e acabou nascendo para ele um irmão.
O final do ano vai ser de casa mais cheia para Carlos em Santos. Sua família vai receber a do irmão na virada para 2018.
Com o RG velho e gasto demais para comprovar seus dados, restava ao pintor de 48 anos usar o registro de nascimento para solicitar um novo documento de identidade e renovar a carteira de habilitação. Só tinha um problema: Carlos não sabia onde havia sido registrado.
Em 2015, ele pegou o RG antigo e foi à unidade da Defensoria em Santos. Lá, contou que antes de se mudar para a cidade, aos 18 anos, tinha morado no Rio Grande do Norte. As responsáveis pelo atendimento, Defensora Lisa Mortensen e Servidora Maria Hilda Damasceno, deram então início a uma saga de envios de ofícios aos cartórios potiguares. Mas as respostas foram unânimes: não havia em seus arquivos qualquer menção a alguém com o nome de Carlos.
Ao saber do resultado da pesquisa, ele contou que seus pais eram do Rio de Janeiro e que ele tinha sido levado aos 2 anos de idade para o Rio Grande do Norte, onde morou com os avós. O mesmo procedimento anterior foi adotado pela Defensoria: mensagens enviadas aos cartórios cariocas e, em especial, aos da região de São Cristóvão, que pelas lembranças de Carlos tinha grandes chances de ser o paradeiro da certidão.
Como um dos cartórios não respondeu às mensagens, a Servidora Hilda decidiu telefonar para lá. Ficou sabendo então que havia uma certidão de pessoa com os mesmos sobrenomes, mas de nome “Cláudio”. Com a pulga atrás da orelha, Hilda ligou para Carlos e perguntou “você tem certeza de que se chama Carlos?”. Ele disse que sim, e que não tinha irmãos.
O próximo passo foi um pedido de ajuda enviado por Lisa e Hilda à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O contato deu certo e, finalmente, comprovou-se que Carlos era carioca e que sua certidão estava abrigada, de fato, num cartório de São Cristóvão.
Quando a certidão chegou às suas mãos, foi enorme a felicidade de Carlos, conta Hilda – afinal, a falta de documentos causa vários transtornos. Seu problema estava resolvido, mas não saía da cabeça dele a ideia de que havia em São Cristóvão um homem com nome tão parecido, de mesmos sobrenomes, e pouco mais jovem.
Decidiu então viajar até lá e tentar localizar o quase homônimo. Por cerca de três meses, um carro de som contratado por Carlos esquadrinhou as ruas da região anunciando o nome do irmão – e o homem acabou aparecendo. Marcaram um encontro no Rio, trocaram informações, e Carlos teve a certeza de que eram mesmo irmãos.
Ficou sabendo que os pais já tinham falecido. Contou ao irmão, que não conheceu os avós, que tinham herdado umas terrinhas no Rio Grande do Norte. Agora os dois mantêm contato – Cláudio foi para o RN por uns tempos a convite do irmão para cuidar dos terrenos.
Há cerca de duas semanas, Carlos procurou a Defensoria novamente para contar a ”coisa maravilhosa” que havia acontecido, pela qual ele passaria a vida agradecendo. Chegara à Defensoria para conseguir encontrar uma certidão de nascimento, e acabou nascendo para ele um irmão.
O final do ano vai ser de casa mais cheia para Carlos em Santos. Sua família vai receber a do irmão na virada para 2018.
* Os nomes são fictícios.