Moradia

Defensoria lança folder sobre direito à moradia de mulheres em situação de violência e faz mutirão de divórcio na Ocupação São João, centro de SP

Evento marcou o lançamento do folder “Programa Pode Entrar – Direitos das mulheres à posse e propriedade de bens imóveis”

Publicado em 4 de Agosto de 2025 às 15:22 | Atualizado em 4 de Agosto de 2025 às 15:23

Evento foi realizado na Ocupação São João, localizada em prédio no centro da capital paulista, na Av. São João

Evento foi realizado na Ocupação São João, localizada em prédio no centro da capital paulista, na Av. São João

A equipe da Defensoria Pública de SP esteve no último domingo na Ocupação São João, para um evento de educação em direitos e mutirão de atendimento jurídico sobre direitos das mulheres em situação de violência doméstica à propriedade e à posse de bens imóveis. 

O prédio fica localizado na região central da capital paulista e é ocupado desde 2010 por famílias em situação de vulnerabilidade.

O evento marcou o lançamento do folder “Programa Pode Entrar – Direitos das mulheres à posse e propriedade de bens imóveis”, que traz orientações jurídicas sobre a política do Município de São Paulo que facilita o acesso à moradia a mulheres em situação de violência, por meio da disponibilização de carta de crédito.

Desde a ocupação do prédio, localizado na Av. São João, nº 588, onde funcionava um hotel que foi abandonado, as famílias, chefiadas majoritariamente por mulheres, sofreram diversas ameaças de remoção e tiveram assistência jurídica da Defensoria Pública.

“Com apoio do Núcleo de Habitação e Urbanismo, conseguiram aderir à política pública do Poder Entrar, por meio de um processo judicial, e vão conseguir fazer a reforma do imóvel para garantir adaptação para moradia e também a segurança na posse”, disse a Defensora Pública Taissa Nunes, Coordenadora do Núcleo.

De acordo com ela, as moradoras deverão assinar em breve contratos de comercialização dos imóveis, e por isso é importante que tenham regularizada a situação relativa a divórcio e dissolução de união estável, para evitar que esses imóveis sejam partilhados indevidamente com antigos companheiros e cônjuges.

Por isso, além de uma palestra sobre direitos das mulheres em situação de violência a bens imóveis, o evento também contou com um mutirão de atendimento da Defensoria para divórcio e reconhecimento e dissolução de união estável.

“São diversos os fatores que impedem a mulher de sair do ciclo de violência. Muitas vezes, a mulher vítima de violência doméstica deixa de se afastar do seu agressor por não ter alternativas de moradia. Por isso, são importantes políticas como auxílio aluguel ou o Poder Entrar”, afirmou a Defensora Pública Fernanda Hueso, Coordenadora Auxiliar do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres.

O evento contou com expressiva participação de moradoras da Ocupação São João e de outras ocupações próximas.

“Achei a palestra maravilhosa, bem esclarecedora, tiraram bastante dúvida sobre a questão da habitação e violência contra a mulher”, disse Michele Costa, técnica de enfermagem.

“Sempre é um prazer enorme receber a Defensoria Pública, grande parceira nossa, dentro da nossa casa. É uma gratidão enorme”, disse Cheila Souza, assistente social, que procurava informações sobre reconhecimento e dissolução de união estável.