Comunidades tradicionais

Defensoria Pública de SP elabora projeto de atendimento à saúde de comunidades caiçaras do Vale do Ribeira

Cerca de 500 habitantes da Ilha do Cardoso, em Cananeia, serão beneficiados

Publicado em 8 de Setembro de 2022 às 11:40 | Atualizado em 8 de Setembro de 2022 às 11:44

A Defensoria Pública de SP no Vale do Ribeira está desenvolvendo um projeto preliminar para levantar, sistematizar e resolver demandas de saúde das comunidades caiçaras tradicionais da Ilha do Cardoso, em Cananeia. Entre os dias 23 e 25 deste mês, serão feitas visitas a todas as comunidades da ilha para debate e aprovação do projeto “Saúde e Bem Viver Caiçara: Direitos, Tradições, Controle Comunitário”, com definição do cronograma e início de algumas ações planejadas.

São 8 as comunidades caiçaras na Ilha do Cardoso, compostas por cerca de 170 famílias, totalizando mais de 500 moradores. A distância entre as comunidades e o centro de Cananeia é de cerca de 70 quilômetros, e o trajeto é feito somente por embarcação. Essa dificuldade de acesso prejudica o atendimento à saúde dessa população. 

“A ampliação de direitos a saúde de Comunidades Caiçaras não deve se reduzir apenas à presença e intensificação de atendimentos de profissionais e agentes nos territórios tradicionais, ou à entrega adequada e regular de medicamentos, insumos e vacinas. Espera-se, com este projeto, o desenvolvimento e a construção de uma política pública de saúde integral e específica que garanta equidade e justiça social. Para isso, as comunidades devem ter a garantia de participação com protagonismo na criação, organização e execução dos serviços públicos que impactam suas vidas”, pontuam os organizadores do projeto, Andrew Toshio Hayama e as Agentes de Defensoria Pública Amanda Caldas e Nayara Del Santo.

Desde 2015, a Defensoria Pública presta atendimento à comunidade da ilha, auxiliando na formalização da associação de moradores. Assim, em 2019, foi criada a Articulação de Comunidades Tradicionais da Ilha do Cardoso, que organiza e encaminha as demandas comunitárias. Em 9 de agosto deste ano, em reunião da Articulação com a Defensoria, foram definidas as primeiras ações e objetivos do projeto. Estão previstos encontros virtuais e presenciais para avaliação, monitoramento e definição das ações.