Júri Simulado na Faculdade de Direito da USP na próxima quinta-feira (20/9) reconstitui o caso de Preto Amaral, considerado o primeiro serial killer brasileiro; evento é aberto ao público interessado

“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”

Publicado em 14 de Setembro de 2012 às 13:30 | Atualizado em 14 de Setembro de 2012 às 13:30

Preto Amaral: serial killer ou vítima de justiçamento social?

Para resgatar a história do sistema criminal brasileiro e provocar reflexões sobre o sistema de justiça, o Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP (Largo São Francisco, Centro da Capital) será palco na próxima quinta-feira (20/9, às 18h30) de um júri simulado que discutirá os crimes atribuídos na década de 20 a Preto Amaral, considerado o primeiro serial killer brasileiro.

O evento é aberto ao público e basta comparecer ao local (detalhes ao final do texto).

Acusado em 1927, Preto Amaral faleceu antes de ser julgado. Ainda assim, seu nome consta como criminoso em diversos registros oficiais, incluindo o Museu do Crime. O julgamento póstumo e simbólico busca promover um resgate histórico de julgamento justo a que Amaral não teve direito.

Com um time de primeira linha da área jurídica, além de testemunhas especialistas no assunto, a sessão do Júri não será um jogo de cartas marcadas. Acusação e defesa se preparam para apresentar argumentos e evidências para reconstruir o caso a fundo. Questões sobre criminologia, bem como os temas de racismo e preconceito acrescentarão aos debates reflexões sobre as circunstâncias da acusação que compunham a atmosfera da época.

A acusação será feita por Carlos Roberto Talarico (Promotor de Justiça em SP) e Augusto de Arruda Botelho Neto (Advogado que fará o papel de Assistente de Acusação), que irão retratar a imputação de crimes hediondos que levaram à morte três rapazes adolescentes.

A defesa ficará a cargo de Antônio Cláudio Mariz de Oliveira (Advogado) e Renato Campos de Vitto (Defensor Público em SP). O Juiz José Henrique Torres irá presidir o júri.

As testemunhas do caso serão Ilana Casoy e Paulo Fernando de Souza Campos, ambos autores de trabalhos que relatam os casos de Preto Amaral. Ilana é autora de livros sobre serial killers e Paulo é historiador e fez sua tese de doutorado sobre essas acusações. Uma terceira testemunha será a mãe de uma das vítimas, interpretada pela atriz Neusa Velasco. Preto Amaral será representado pelo ator Rogério Brito.

O júri simulado é organizado em parceria pela Defensoria Pública de SP (através da Escola da Defensoria e de seu Núcleo Especializado de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito), a Ouvidoria-Geral da Defensoria, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), a Faculdade de Direito da USP e a Companhia de Teatro Pessoal do Faroeste - que já produziu uma peça baseada na história (clique no link para detalhes).

Serviço:

Julgamento simulado - Tribunal do Júri: os crimes de Preto Amaral

20 de setembro, 18h30

Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP

Largo São Francisco, 95, São Paulo, SP

Entrada livre

 

Mesa de abertura:

Daniela Sollberger Cembranelli, Defensora Pública-Geral do Estado de São Paulo

Marina Dias Werneck de Souza, Diretora-presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD)

Prof. Dr. Antonio Magalhães Gomes Filho, Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

Luciana Zaffalon Leme Cardoso, Ouvidora-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo

 

Preto Amaral

Rogério Brito, ator, Cia. Pessoal do Faroeste

 

Testemunhas

Ilana Casoy, graduada em Administração de Empresas pela FGV e especializada em Criminologia pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Integrou a formação com o curso de Crime Scene Investigation coordenado pelo Institute of Public Safety. Membro do Núcleo de Antropologia do Direito (NADIR) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Autora dos livros “Serial Killer – Louco ou Cruel?”, “Serial killers – Made in Brasil”, “O Quinto Mandamento – Caso de Polícia” e “A Prova é a Testemunha”.

Paulo Fernando de Souza Campos, Doutorado em História com a tese "Os Crimes de Preto Amaral: Representações da Degenerescência em São Paulo – 1920"

Mãe de vítima: Neusa Velasco, atriz, Cia. Pessoal do Faroeste.

 

Direção artística dos atores

Paulo Faria, Cia. Pessoal do Faroeste

 

Defensores:

Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Advogado Criminal, Associado-fundador do IDDD, ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, ex-Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo, ex-Presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; ex-Secretário de Justiça e de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Renato Campos Pinto de Vitto, Defensor Público do Estado de São Paulo

 

Acusação:

Carlos Roberto Marangoni Talarico, Promotor de Justiça desde 1986, titular do I Tribunal do Júri da Capital;

Augusto de Arruda Botelho Neto, Advogado Criminalista, Vice-Presidente do IDDD

 

Juiz:

José Henrique Rodrigues Torres, Juiz de Direito, presidente da Associação de Juízes pela Democracia (AJD)