III Ciclo de Conferências da Defensoria Pública de SP chega à Capital paulista

Sábado foi um daqueles dias típicos do outono paulistano: pela manhã os termômetros marcavam apenas nove graus e o sol, encoberto por uma fina névoa branca, teimava em não sair. Ainda assim, o jovem Paulo Cesar Sousa saltou da cama cedo, às 6h, guardou o cobertor no armário e saiu da Vila Nova Cachoeirinha em direção à Santana, onde a Pré-Conferência da Defensoria Pública de SP aportava na Capital paulista após passar por outras onze cidades do Interior e Região Metropolitana.

Assim como Paulo, outras 30 pessoas não se incomodaram com o frio e compareceram à Pré-Conferência da Regional Norte-Oeste da Capital, realizada no último sábado. No mesmo dia, o Vale do Paraíba também recebia o evento e em dose dupla: pela manhã na cidade de Taubaté e a tarde em São José dos Campos. O objetivo é ouvir a sociedade civil para traçar os planos de atuação da Defensoria Pública de SP para os próximos dois anos.

As Pré-Conferências integram o III Ciclo de Conferências da Defensoria Pública, que acontece a cada dois anos e são organizadas em diversas cidades do Estado que contam com unidades da instituição. Durante cada evento são aprovadas propostas e eleitos delegados e que irão representar a população local em uma Conferência Estadual.

Paulo foi debater com os moradores da região os problemas na área da habitação e buscar apoio na luta contra a violação dos direitos à cidade. “Infelizmente o Governo tem falhado nessa área. É preciso que as pessoas unam-se em torno do problema e que exista uma instituição que nos auxilie nessa luta. Acho que a Defensoria Pública pode nos dar esse caminho”, disse ele.

Se em São Paulo os participantes tiveram que acordar cedo, em Campinas eles foram para a cama mais tarde. Já era quase meia noite quando o Coordenador da maior Regional do interior do Estado anunciava os 13 Delegados eleitos e as 20 propostas aprovadas para representarem a região na Conferência Estadual.

Durante o evento, que ocorreu no último dia 2/6, a maior reivindicação dos participantes era por mais Defensores Públicos e mais unidades da Defensoria. Como o clérigo Ademir Martins, que saiu de Valinhos com esse pleito. “Precisamos de mais Defensores Públicos, principalmente na área de execução penal”, pediu.

A aposentada Divanilde de Diva integrava uma comitiva que saiu de Rio Claro em busca de apoio da Defensoria. “Viemos denunciar a falta de respeito das pessoas com as religiões de matizes africanas. Em Rio Claro querem acabar com o nosso culto dizendo que perturbamos a ordem pública. Se tivéssemos uma Defensoria na nossa cidade certamente esse problema não existiria”, disse ela.

Outras oito Pré-Conferências estão agendadas para ocorrer até julho. Essa semana será a vez de Araçatuba, Presidente Prudente e Osasco.

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