Chega de Fiu Fiu: Defensoria Pública de SP lança folder sobre assédio sexual e realiza seminário sobre o tema

“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”

Publicado em 25 de Novembro de 2014 às 07:00 | Atualizado em 25 de Novembro de 2014 às 07:00

Andar pelas ruas e ouvir um comentário obsceno ou ainda levar uma cantada no ambiente de trabalho pode ser algo comum no cotidiano das mulheres. Entretanto, atitudes como essas caracterizam assédio sexual e podem configurar crimes como importunação ofensivo ao pudor e ato obsceno.

 

Atenta a essa situação, a Defensoria Pública de SP lança na noite desta terça-feira (24/11) o folder “Vamos falar sobre assédio sexual”, que aborda situações constrangedoras vividas por mulheres e como elas podem denunciar esses crimes. O lançamento ocorre durante o seminário “Violência contra a mulher na universidade”, que será realizado às 18h30, na Faculdade de Direto da USP, localizada no Largo São Francisco, nº 95, na Capital. O evento é gratuito e aberto ao público, sem necessidade de inscrições.

 

A iniciativa é do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da instituição e faz parte da campanha “Chega de Fiu Fiu”, criada pela ONG Olga, que tem como objetivo acabar com o assédio sexual contra mulheres em locais públicos.

 

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A Defensora Pública Ana Rita Prata, uma das coordenadoras do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, aponta que o folder faz parte de um trabalho de conscientização das mulheres, sobre seus diretos, e também de homens, que podem cometer algum delito ao assediar uma mulher na rua. “Esse senso comum de que mexer com mulheres na rua é um comportamento natural do homem está equivocado. Isso é assédio, não paquera, afeta o direito à intimidade da mulher”, disse ela.

 

Recente pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra a tolerância da sociedade com o assédio e as agressões às mulheres, e culpa as vítimas pela violência sofrida. Os dados mostraram que 26% dos entrevistados ouvidos pelo instituto concordam que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas. Para estes, a vítima deve ser responsabilizada pelo ataque, seja por usar roupas provocantes, seja por não se comportar de maneira adequada. “Imputar o assédio à mulher pela roupa, pelo comportamento ou pelo lugar que ela anda é inaceitável. São os homens que devem se conscientizar que determinados comportamento violentos são criminosos”, observa Ana Rita.

 

Serviço:

 

Lançamento do folder “Vamos falar sobre assédio sexual” e seminário “Violência contra a mulher na universidade”

Quando: Terça-feira (24/11)

Horário: 18h30

Local: Faculdade de Direto da USP

Endereço: Largo São Francisco, nº 95, na Capital.