Pesquisa online feita pela Defensoria aponta falta de acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva em diversos serviços

“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”

Publicado em 5 de Fevereiro de 2018 às 08:00 | Atualizado em 5 de Fevereiro de 2018 às 08:00

Falta de intérpretes de libras (língua brasileira de sinais). Atendimento feito exclusivamente por telefone, inexistindo um efetivo atendimento via e-mail ou outros meios alternativos ao telefone. Esses são alguns dos problemas em serviços de atendimento a consumidores relatados por pessoas surdas ou com deficiência auditiva, em uma pesquisa feita pelo Núcleo Especializado dos Direitos dos Idosos e das Pessoas com Deficiência da Defensoria Pública de SP, em parceria com a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Mais Diferenças.
 
A pesquisa ficou disponível na internet entre 19/9/2017 e 8/1/2018, e contou com a participação de 47 pessoas. “A pesquisa indica a falta de acessibilidade para pessoas surdas e com deficiência auditiva em vários serviços. E agora questionaremos esses serviços”, afirmou a Defensora Pública Renata Flores Tibyriçá, coordenadora do Núcleo Especializado.
 
Das pessoas participantes, 68% (32 pessoas) relataram problemas com serviços de telefonia, internet e TV a cabo, como falta de recursos no SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) para pessoas com deficiência e atendimento feito exclusivamente por telefone.
 
31 pessoas reclamaram sobre o atendimento em bancos, apontando os mesmos obstáculos: dificuldades de comunicação via SAC telefônico e falta de outros meios para contatar a empresa. Houve, ainda, 17 reclamações sobre SACs em lojas; 15 sobre problemas em compras feitas pela internet; 27 sobre serviços de saúde; 20 sobre serviços públicos; 15 sobre transporte aéreo; 13 sobre escolas e 13 sobre órgãos do sistema de Justiça.
 
As maiores reclamações são sobre o insistente uso do telefone como meio de comunicação com clientes – mesmo em casos de compra pela internet ou quando a pessoa já informou que é surda ou tem deficiência auditiva –, a falta de acessibilidade nos serviços disponibilizados, de intérpretes de libras e de preparo paro o atendimento a esse público.
 
As pessoas que responderam à pesquisa também tiveram a oportunidade de sugerir outros canais que as empresas deveriam disponibilizar para garantir a comunicação com quem tem deficiência auditiva ou surdez. 89% sugeriram o uso de aplicativos de mensagens (como WhatsApp, Messenger ou Telegram); 45%, redes sociais; 40%, atendimento presencial; 30%, atendimento via central de interpretação de libras; 23%, atendimento via teleconferência ou videochamada; 13%, atendimento de interpretação de libras com avatar.