Defensoria Pública de SP ajuíza habeas corpus para acusado de furtar 4 latas de atum e uma de óleo, preso por chegar atrasado à audiência
“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”
A Defensoria Pública de SP ingressou na quinta-feira (10/11) com um habeas corpus em favor de um rapaz de 29 anos, acusado de tentar furtar quatro latas de atum e uma lata de óleo, que, juntos, somam R$ 20,61. Ele foi condenado no dia anterior à pena de 1 ano e seis meses de reclusão, em regime fechado. Sua prisão foi decretada de imediato pela Juíza da 9º Vara Criminal da Capital, porque ele estava ausente durante a realização da audiência.
W.C. mora na zona leste da cidade e demorou mais de três horas para chegar ao Fórum Criminal da Barra Funda. Quando ele se apresentou, foi preso na hora. A Defensora Pública Paula Barbosa Cardoso esclareceu a situação à Juíza Patrícia Alvares Cruz, mas sua prisão foi mantida. “Reside ele em São Mateus. Pobre, valeu-se de transporte público para tentar chegar no horário exato da audiência. Saiu de casa com mais de uma hora de antecedência. Acabou preso, unicamente, em razão do seu comparecimento espontâneo no Fórum Criminal, na data marcada para sua audiência”, argumenta ela no habeas corpus.
Na ação, a Defensoria argumenta que, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em função do baixo valor dos bens e de sua natureza alimentícia, deve ser aplicado o princípio da insignificância para arquivar o processo criminal. Ela também argumenta que a pena de prisão em regime fechado é excessiva e, por essa razão, ele deve continuar respondendo ao processo em liberdade – inclusive por ter comparecido à Justiça na data agendada.
O pedido liminar do habeas corpus deve ser apreciado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.