Ação coletiva da Defensoria busca garantir moradia para as mais de 800 famílias do Capão Redondo

“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”

Publicado em 23 de Agosto de 2009 às 21:00 | Atualizado em 23 de Agosto de 2009 às 21:00

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE/SP) propôs, no último dia 4 que agosto, ação civil pública contra a Prefeitura e a Viação Campo Limpo para suspender a reintegração de posse e garantir a inserção em programas habitacionais das mais de 800 famílias que moram em terreno no bairro do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo. O local, antes de ser habitado pelas famílias, estava desocupado há mais de 20 anos, servindo de depósito de lixo e palco de crimes de estupro. A ação, no entanto, teve, na última sexta, a liminar negada pela 6ª Vara da Fazenda Pública e foi encaminhada para a Prefeitura apresentar sua defesa. A Defensoria ainda não foi intimada.

Na ação, o Defensor Público Carlos Henrique Loureiro argumenta que se trata de Zona Especial de Interesse Social 2 (ZEIS 2), de acordo com o Plano Diretor da cidade de São Paulo, o que significa que é um local inutilizado ou subutilizado e que deveria ser destinado a construção de moradia popular para atendimento da função social da propriedade. O pedido, ainda, se baseia no direito à moradia previsto na Constituição Federal e legislação brasileira. "Ressalte-se que dentre as 800 (oitocentas) famílias, existem cerca de 300 (trezentas) crianças, que inevitavelmente, com o cumprimento da liminar, não terão para onde ir e ficarão alojadas na rua", afirma o Defensor.

 
Entenda o caso

A ação de reintegração de posse foi proposta pela empresa Viação Campo Limpo,  que argumenta ser possuidora do imóvel. A liminar para desocupação, no entanto, não foi concedida  pelo juiz da 8ª Vara Cível do Foro de Santo Amaro. A empresa recorreu, sendo a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Esta ação está sendo acompanhada pela Defensora Pública Carolina Pannain.

 

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