V Ciclo de Conferências: Defensoria Pública realiza Pré-Conferências em Mogi das Cruzes, Presidente Prudente e Araçatuba

“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”

Publicado em 10 de Agosto de 2015 às 16:00 | Atualizado em 10 de Agosto de 2015 às 16:00

Com apenas 8 meses de vida, o pequeno Arthur já pode se dizer um veterano em conferências. Ele já havia participado de duas conferências sobre saúde, e na noite da última sexta-feira (10/8) ele participava de sua terceira, desta vez, a Pré-Conferência da Defensoria Pública em Presidente Prudente. O motivo da presença da criança em tantos eventos é triste: sua mãe buscava ajuda após sofrer violência obstétrica durante o nascimento de Arthur e do seu irmão mais velho, Rafael. “No meu primeiro parto, eu ainda não sentia contrações, mas os médicos me internaram e eu fiquei durante o dia inteiro entubada. Como não havia dilatação para um parto normal, eles fizeram uma cesariana sem o meu consentimento”, relata Paula. “Quando foi a vez do Arthur, meu segundo filho, cheguei durante a madrugada e fui mal recebida. Horas depois a médica chegou enfurecida porque eu havia interrompido o sono dela. Ela e sua equipe falavam o tempo todo para eu me calar e que eu estaria dando muito trabalho. Para agilizar o procedimento, além de utilizar a técnica de Kristeller (aplicação de pressão na parte superior do útero), usaram um fórceps para arrancar o Arthur de mim”, completou. 

Enquanto Paula relatava emocionada as violações às quais foi submetida, Arthur fazia poses para a foto e exibia um sorriso que transparecia sua boa saúde. Mas a possibilidade de que alguma mãe e seu filho passe pelo mesmo trauma motiva Paula. “Hoje meus filhos estão bem e com saúde, mas eu não desejo aquilo para nenhuma mãe. Espero que a Defensoria Pública possa me ajudar nessa luta”, finalizou.

 

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Além de Presidente Prudente, a Defensoria Pública de SP promoveu no último final de semana mais duas Pré-Conferências, em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, e em Araçatuba, no extremo oeste do Estado. As atividades fazem parte do V Ciclo de Conferências, que conta com eventos em todo o Estado para que a população local e representantes de movimentos sociais tragam demandas e discutam a atuação da Defensoria Pública nos próximos anos. Nessas etapas preparatórias, são eleitos delegados e indicadas propostas que serão votadas na Conferência Estadual, que acontece em dezembro.

A Pré-Conferência de Mogi das Cruzes, também realizada na noite de sexta, reuniu cerca de 40 participantes, com destaque para a discussão sobre direitos da mulher, eixo temático que mais atraiu participantes. Foi o caso da professora aposentada Marly Barbosa Siqueira, de 63 anos, coordenadora do Coletivo de Mulheres e Gênero de Mogi das Cruzes e Região. Participando pela primeira vez de uma Pré-Conferência, ela foi em busca de ampliar o contato com a Defensoria Pública e saber mais sobre como o órgão pode ajudar nas pautas do coletivo. “É importante tirar as mulheres da situação de violência, relacionada diretamente a esse machismo opressor. Mas é preciso trabalhar outras questões, como a das creches. Você tem que fornecer emprego, mas também a creche, para essa mulher poder trabalhar”, disse Marly.

A psicóloga Damaris Roma Matos, de 34 anos, que trabalha na Prefeitura de Mogi com população em situação de rua, disse esperar uma maior atenção da Defensoria Pública em relação a essas pessoas, criando um sistema de atendimento específico em sua unidade mogiana. “É uma população diferenciada, o jeito de lidar com as regras também. Então, ter um horário fechadinho, para que peguem fila como a população em geral, não garante acesso. Os documentos também que são exigidos, mas muitos nem têm documentação. A gente sabe que em outros municípios há uma Defensoria Pública específica pra galera que mora nas ruas”, afirmou.

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Em Araçatuba, do início ao fim do evento, os elogios se multiplicavam nas palavras dos participantes, tratando desde a organização no momento das inscrições até a variedade de lanches durante o coffee break. “Estava tudo muito bom”, disse uma participante. “A participação do Projeto Guri foi maravilhosa e de muita sensibilidade”, comentou uma Defensora Pública. O resultado foi um sucesso, com 20 proposta aprovadas e quatro Delegados eleitos para a Conferência Estadual.

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