Situação Carcerária

Defensoria de SP pede que STF amplie de decisão que limita superlotação em presídios do interior paulista

Audiência com o ministro Edson Fachin abordou pedido de extensão dos efeitos da Reclamação 58.207 para outras unidades da 5ª RAJ

Publicado em 8 de Abril de 2025 às 12:51 | Atualizado em 8 de Abril de 2025 às 12:51

Foto: Gustavo Moreno/STF

Foto: Gustavo Moreno/STF

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, por meio de seu Núcleo Especializado de Segunda Instância e Tribunais Superiores (Nsits) e do Núcleo Especializado de Situação Carcerária (Nesc), participou de audiência presencial em Brasília com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (2/4), para tratar da Reclamação 58.207/SP, que trata da grave superlotação em presídios do regime semiaberto no interior do Estado. 

A ação foi proposta com o objetivo de limitar a população carcerária do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Pacaembu a 137,5% de sua capacidade, conforme parâmetro definido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). O ministro Fachin concedeu medida liminar, posteriormente ratificada pelo plenário da Suprema Corte. No entanto, segundo a Defensoria, após a decisão foi efetuada a transferência em massa de pessoas presas para outras unidades igualmente superlotadas e nenhuma medida desencarceradora foi aplicada. 

Diante desse cenário, a Defensoria solicitou a extensão dos efeitos da liminar para todas as unidades prisionais da 5ª Região Administrativa Judiciária (RAJ) que operem acima da capacidade permitida, com a adoção de medidas como progressão antecipada de regime ou concessão de prisão domiciliar. 

“Não houve, até o momento, sequer um deferimento de pedidos de progressão antecipada em presídios que excedem 137,5% da capacidade. A ausência de gestão de vagas por parte do Estado de São Paulo vem agravando a situação de superlotação e violando direitos fundamentais”, afirmam nos memoriais os defensores públicos Rafael Munerati, Caio Granduque (que atuam no Nsits em Brasília) o Bruno Shimizu (coordenador do Nesc). 

A Defensoria também pediu ao Tribunal que reconsidere a liminar concedida no sentido de vedar transferências para estabelecimentos que também estejam acima da capacidade permitida, reforçando o enfrentamento ao cenário de violação estrutural de direitos nas unidades que integram a referida região administrativa. 

O caso continua em tramitação no STF sob relatoria do ministro Edson Fachin.